Ainda me encontro muito afanada mas graças a Deus hoje senti que as forças já me estavam a querer voltar que também não era sem tempo porque faço cá muita falta para alegrar as gentes já p'ra não falar do meu Zé, coitadinho que não sabe já o que fazer comigo.
O Sr. Dr. Médico proibiu-me de vir escrever aqui na internet porque andam desconfiados que eu apanhei uma pontada de ar nas costas naquela noite em que estive aqui a escrever-vos com a janela aberta e esta aragem da noite é muito traiçoeira como sabem e o resultado está bem de se ver, mas eu tenho na ideia escapar-me de vez quando porque tenho muitas saudades vossa e cá para mim aquilo foi invenção do meu homem que como sabeis não se conforma com estas modernices.
Mas deixemo-nos de choradeiras que para isso basta a vida que cada vez está mais ruim de se viver e ainda por cima nesta altura do Natal em que sempre se compra qualquer coisinha a mais do que é costume comprar-se e as reformas são uma miséria como sabeis.
Meus queridos filhos a vossa Beata está a preparar-se para o Natal e o trabalho na paróquia que está aí para vir, nem vos conto mas eu cá gosto muito de enfeitar as casas e a Igreja e fazer a àrvore de Natal com aquelas bolas todas às cores e as luzes a acender e a apagar que é um regalo de se ver.
Gostava muito de receber as vossas cartas para o Pai Natal, por isso se confiarem nesta simples Beata da Aldeia, podeis escrever o que mais queriam de presente que eu agarro nelas todas e podem ter a certeza que as vou entregar em mão que já fiz um acordo com o carteiro dele.
Fico à espera, está bem?
Desta que se assina
Beata da aldeia